CAMINHO

CAMINHO
FÉ - ESPERANÇA - PAZ - AMOR

sábado, 18 de dezembro de 2010

RENOVADA EVANGELIZAÇÃO

Parte da Homilia do Papa Bento XVI, em 28 de junho de 2010, em que ele aborda a Evangelização e anuncia “criar um novo Organismo, sob a forma de "Pontifício Conselho", com a principal tarefa de promover uma renovada evangelização”.


O Servo de Deus Giovanni Battista Montini, quando foi eleito Sucessor de Pedro, em plena fase de realização do Concílio Vaticano II, desejou assumir o nome do Apóstolo das nações. No interior do seu programa de realização do Concílio, em 1974 Paulo vi convocou a Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre o tema da evangelização do mundo contemporâneo, e cerca de um ano mais tarde, publicou a Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, que começa com estas palavras: "O compromisso de anunciar o Evangelho aos homens do nosso tempo, animados pela esperança mas, ao mesmo tempo, muitas vezes atormentados pelo medo e pela angústia, é sem dúvida alguma um serviço presta-do à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade" (n. 1). Impressiona a atualidade destas expressões. Sentem-se nelas toda a particular sensibilidade missionária de Paulo VI e, através da sua voz, o grande anseio conciliar da evangelização do mundo contemporâneo, anseio que culmina no Decreto Ad gentes, mas que permeia todos os documentos do Concílio Vaticano II e que, antes ainda, animava os pensamentos e o trabalho dos Padres conciliares, reunidos para representar de modo jamais tão tangível, a difusão mundial alcançada pela Igreja.

Não são necessárias palavras para explicar como o Venerável João PauloII, no seu longo pontificado, desenvolveu esta projecção missionária que – é preciso recordá-lo – sempre corresponde à própria natureza da Igreja que, como São Paulo, pode e deve repetir sempre: "Porque se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois que me é imposta esta obrigação: ai de mim, se eu não evangelizar!" (1 Cor 9, 16). O Papa João Paulo II representou "ao vivo" a natureza missionária da Igreja, com as viagens apostólicas e com a insistência do seu Magistério sobre a urgência de uma "nova evangelização: "nova" não nos seus conteúdos, mas no seu impulso interior, aberto à graça do Espírito Santo, que constitui a força da lei nova do Evangelho e que sempre renova a Igreja; "nova" na busca de modalidades que correspondam à força do Espírito Santo e sejam adaptadas aos tempos e às situações; e "nova", porque necessária também nos países que já receberam o anúncio do Evangelho. É evidente para todos que o meu Predecessor deu um impulso extraordinário para a missão da Igreja, não apenas – repito – pelas distâncias por ele percorridas, mas sobretudo pelo genuíno espírito missionário que o animava e que nos deixou em herança no alvorecer do terceiro milénio.

Recolhendo esta herança, pude afirmar, no início do meu ministério petrino, que a Igreja é jovem e está aberta ao futuro. E repito-o também hoje, ao lado do sepulcro de São Paulo: a Igreja constitui no mundo uma imensa força renovadora, decerto não pelas suas forças, mas pela força do Evangelho, em que sopra o Espírito Santo de Deus, o Deus criador e redentor do mundo. Os desafios da época contemporânea estão certamente acima das capacidades humanas: trata-se dos desafios históricos e sociais e, com maior razão, dos espirituais. Às vezes parece que nós, Pastores da Igreja, revivemos a experiência dos Apóstolos, quando milhares de pessoas necessitadas seguiam Cristo, e Ele perguntava: o que podemos fazer por toda esta multidão? Então, eles experimentavam a própria impotência. Mas precisamente Jesus demonstrou-lhes que com a fé em Deus nada é impossível, e que poucos pães e peixes, abençoados e compartilhados, podiam dar de comer a todos. Mas não havia – e não há – somente a fome de um alimento material: existe uma fome mais profunda, que apenas Deus pode saciar. Também o homem do terceiro milénio aspira a uma vida autêntica e plena, tem necessidade da verdade, da profunda liberdade, do amor gratuito. Até nos desertos do mundo secularizado, a alma do homem tem sede de Deus, do Deus vivo. Por isso João Paulo II escrevia: "A missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, ainda está muito longe do seu pleno cumprimento", e acrescentava: "Uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão ainda está no início, e que devemos empenhar-nos com todas as forças ao seu serviço" (Encíclica Redemptoris missio, 1). Existem regiões do mundo que ainda esperam uma primeira evangelização; outras que já a receberam, mas que têm necessidade de um trabalho mais aprofundado; outras ainda, em que o Evangelho desde há muito tempo lançou raízes, dando lugar a uma verdadeira tradição cristã, mas onde nos últimos séculos – com dinâmicas complexas – o processo de secularização produziu uma grave crise do sentido da fé cristã e da pertença à Igreja.

Nesta perspectiva, decidi criar um novo Organismo, sob a forma de "Pontifício Conselho", com a principal tarefa de promover uma renovada evangelização nos países onde já ressoou o primeiro anúncio da fé e estão presentes Igrejas de antiga fundação, mas que estão a passar por uma progressiva secularização da sociedade e a viver uma espécie de "eclipse do sentido de Deus", que constituem um desafio a encontrar meios adequados para voltar a propor a verdade perene do Evangelho de Cristo.
Caros irmãos e irmãs, o desafio da nova evangelização interpela a Igreja universal, exortando-nos a continuar com empenhamento na busca da plena unidade entre os cristãos. Um eloquente sinal de esperança neste sentido é o hábito das visitas recíprocas entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla, por ocasião das festas dos respectivos Santos Padroeiros. Por isso, hoje acolhemos com renovada alegria e reconhecimento a Delegação enviada pelo Patriarca Bartolomeu I, a quem dirigimos a mais cordial saudação. A intercessão dos Santos Pedro e Paulo obtenha para a Igreja inteira fé fervorosa e coragem apostólica, para anunciar ao mundo a verdade de que todos nós temos necessidade, a verdade que é Deus, origem e fim do universo e da história, Pai misericordioso e fiel, esperança de vida eterna. Amém!

As Oficinas de Oração e Vida, com os ensinamentos do fundador Frei Ignácio Larrañaga, é um apostolado que se propõe a vivenciar e anunciar a NOVA EVANGELIZAÇÃO. À afirmação de São Gregório Magno: "Os fiéis nos deixam e nos abandonam e nós permanecemos em silêncio", as Oficinas de Oração e Vida identificam "o sinal que o Papa nos deu para não permanecermos em silêncio", com esse Conselho Pontifício para a promoção da Nova Evangelização.
Participe, inscreva-se nas Oficinas de Oração e Vida. 
 
http://www.tovpil.org/

VOCAÇÃO DE TODOS À SANTIDADE

Capitulo V - A Vocação de Todos à santidade na Igreja
(Constituição Dogmática Lumen Gentium)


Proêmio

39. A nossa fé crê que a Igreja, cujo mistério o sagrado Concílio expõe, é indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é com o Pai e o Espírito ao único Santo» (120), amou a Igreja como esposa, entregou-Se por ela, para a santificar (cfr. Ef. 5, 25-26) e uniu-a a Si como Seu corpo, cumulando-a com o dom do Espírito Santo, para glória de. Deus. Por isso, todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: «esta é a vontade de Deus, a vossa santificação» (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4). Esta santidade da Igreja incessantemente se manifesta, e deve manifestar-se, nos frutos da graça que o Espírito Santo produz nos fiéis; exprime-se de muitas maneiras em cada um daqueles que, no seu estado de vida, tendem à perfeição da caridade, com edificação do próximo; aparece dum modo especial na prática dos conselhos chamados evangélicos. A prática destes conselhos, abraçada sob a moção do Espírito Santo por muitos cristãos, quer privadamente quer nas condições ou estados aprovados pela Igreja, leva e deve levar ao mundo um admirável testemunho e exemplo desta santidade.

A vocação universal à santidade

40. Jesus, mestre e modelo divino de toda a perfeição, pregou a santidade de vida, de que Ele é autor e consumador, a todos e a cada um dos seus discípulos, de qualquer condição: «sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito» (Mt. 5,48) (121). A todos enviou o Espírito Santo, que os move interiormente a amarem a Deus com todo o cora-ção, com toda a alma, com todo o espírito e com todas as forças (cfr. Mc. 12,30) e a amarem-se uns aos outros como Cristo os amou (cfr. Jo. 13,34; 15,12). Os seguidores de Cristo, chamados por Deus e justificados no Senhor Jesus, não por merecimento próprio mas pela vontade e graça de Deus, são feitos, pelo Batismo da fé, verdadeiramente filhos e participantes da natureza divina e, por conseguinte, realmente santos. É necessário, portanto, que, com o auxílio divino, conservem e aperfeiçoem, vivendo-a, esta san-tidade que receberam. O Apóstolo admoesta-os a que vivam acorro convém a santos» (Ef. 5,3), acorro eleitos e amados de Deus, se revistam de entranhas de misericórdia, benignidade, humildade, mansidão e paciência» (Col. 3,12) e alcancem os frutos do Espírito para a santificação (cfr. Gl 5,22; Rom. 6,22). E porque todos cometemos faltas em muitas ocasiões (Tg. 3,2), precisamos constantemente. da misericórdia de Deus e todos os dias devemos orar: «perdoai-nos as nossas ofensas» (Mt. 6,12) (122). É, pois, claro a todos, que os cristãos de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade (123). Na própria sociedade terrena, esta santidade promove um modo de vida mais humano. Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que as dá Cristo, a fim de que, seguindo as Suas pisadas e conformados à Sua imagem, obedecendo em tudo à vontade de Deus, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do Povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a vida de tantos santos.

Exercício multiforme da santidade única

41. Nos vários gêneros e ocupações da vida, é sempre a mesma a santidade que é cultivada por aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus e, obedientes à voz do Pai, adorando em espírito e verdade a Deus Pai, seguem a Cristo pobre, humilde, e levando a cruz, a fim de merecerem ser participantes da Sua glória. Cada um, segundo os próprios dons e funções, deve progredir sem desfalecimentos pelo caminho da fé viva, que esti-mula a esperança e que atua pela caridade.

Em primeiro lugar, os pastores do rebanho de Cristo, à semelhança do sumo e eterno sacerdote, pastor e bispo das nossas almas, desempenhem o próprio ministério santamente e com alegria, com humildade e fortaleza; assim cumprido, também para eles será o seu ministério um sublime meio de santificação. Escolhidos para a plenitude do sacerdócio, receberam a graça sacramental para que, orando, sacrificando e pregando, com toda a espécie de cuidados e serviços episcopais, realizem a tarefa perfeita da caridade pastoral (124), sem hesitarem em oferecer a vida pelas ovelhas e, feitos modelos do rebanho (cfr. 1 Ped. 5,3), suscitem na Igreja, também com o seu exemplo, uma santidade cada vez maior.

Os presbíteros, à semelhança da ordem dos Bispos, de que são a coroa espiritual (125), já que participam das suas funções por graça de Cristo, eterno e único mediador, cresçam no amor de Deus e do próximo com o exercício do seu dever quotidiano; guardem o vínculo da unidade sacerdotal, abundem em toda a espécie de bens espirituais e dêem a todos vivo testemunho de Deus (126), tornando-se êmulos daqueles sacerdotes que no decorrer dos séculos, em serviço muitas vezes humilde e escondido, nos deixaram mag-nífico exemplo de santidade. O seu louvor persevera na Igreja. Orando e oferecendo o sacrifício pelo próprio rebanho e por todo o Povo de Deus, conforme é seu ofício, conscientes do que fazem e imitando as realidades com que lidam (127), longe de serem impedidos pelos cuidados, perigos e tribulações do apostolado, devem antes por eles elevar-se a uma santidade mais alta, alimentando e afervorando a sua ação com a abundância da contemplação, para alegria de toda a Igreja de Deus. Todos os presbíteros, e especialmente aqueles que por título particular da sua ordenação são chamados sacerdotes diocesanos, lembrem-se de quanto ajudam para a sua santificação a união fiel e a cooperação generosa com o próprio Bispo.

Na missão de graça do sumo sacerdote, participam também de modo peculiar os ministros de ordem inferior, e sobretudo os diáconos; servindo nos mistérios de Cristo e da Igreja (128), devem conservar-se puros de todo o vício, agradar a Deus, atender a toda a espécie de boas obras diante dos homens (cfr. 1 Tm 3, 8-10. 12-13). Os clérigos que, chamados pelo Senhor e separados a fim de ter parte com Ele, se preparam sob a vigilância dos pastores para desempenhar os ofícios de ministros, procurem conformar o coração e o espírito com tão magnífica eleição, sendo assíduos na oração e fervorosos no amor, ocupando o pensamento com tudo o que é verdadeiro, justo e de boa reputação, fazendo tudo para glória é honra de Deus. Destes se aproximam aqueles leigos, que, escolhidos por Deus, são chamados pelos Bispos para se consagrarem totalmente às atividades apostólicas e com muito fruto trabalham no campo do Senhor (129).

Os esposos e pais cristãos devem, seguindo o seu caminho peculiar, amparar-se mutuamente na graça, com amor fiel, durante a vida inteira, e imbuir com a doutrina cristã e as virtudes evangélicas a prole que amorosamente receberam de Deus. Dão assim a todos exemplo de amor incansável e generoso, edificam a comunidade fraterna e são testemunhas e cooperadores da fecundidade da Igreja, nossa mãe, em sinal e participação daquele amor, com que Cristo amou a Sua esposa e por ela Se entregou (130). Exemplo semelhante é dado, mas de outro modo, pelas pessoas viúvas ou celibatárias, que muito podem concorrer para a santidade e ação da Igreja. Aqueles que se ocupam em trabalhos muitas vezes duros, devem, através das tarefas humanas, aperfeiçoar-se a si mesmos, ajudar os seus concidadãos, fazer progredir a sociedade e toda a criação; e, ainda, imitando com operosa caridade a Cristo, cujas mãos se exercitaram em trabalhos de operário e, em união com o Pai, continuamente atua para a salvação de todos; alegres na esperança, levando os fardos uns dos outros, subam com o próprio trabalho quotidiano a uma santidade mais alta, também ela apostólica.

Todos quantos se vêem oprimidos pela pobreza, pela fraqueza, pela doença ou tribulações várias, e os que sofrem perseguição por amor da justiça, saibam que estão unidos, de modo especial, a Cristo nos seus sofrimentos pela salvação do mundo; o Senhor, no Evangelho, proclamou-os bem-aventurados e «o Deus... de toda a graça, que nos chamou à Sua eterna glória em Cristo Jesus, depois de sofrerem um pouco, os há-de restabelecer, confirmar e consolidar» (1 Ped. 5,10).

Todos os fiéis se santificarão cada dia mais nas condições, tarefas e circunstâncias da própria vida e através de todas elas, se receberem tudo com fé da mão do Pai celeste e cooperarem com a divina vontade, manifestando a todos, na própria actividade temporal, a caridade com que Deus amou o mundo.

Caminho e meios à Santidade

42. «Deus é caridade e quem permanece na caridade, permanece em Deus e Deus nele» (1 Jo. 4,16). Ora, Deus difundiu a sua caridade nos nossos corações, por meio do Espírito Santo, que nos foi dado (cfr. Rom. 5,5). Sendo assim, o primeiro e mais necessário dom é a caridade, com que amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor d'Ele. Para que esta caridade, como boa semente, cresça e frutifique na alma, cada fiel deve ouvir de bom grado a palavra de Deus, e cumprir, com a ajuda da graça, a Sua vontade, participar frequentemente nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, e nas funções sagrarias, dando-se continuamente à oração, à abnegação de si mesmo, ao serviço efectivo de seus irmãos e a toda a espécie de virtude; pois a caridade, vínculo da perfeição e plenitude da lei (cfr. Col. 3,14; Rom. 13,10), é que dirige todos os meios de santificação, os informa e leva a seu fim (131). E, pois, pela caridade para com Deus e o próximo que se caracteriza o verdadeiro discípulo de Cristo.

Como Jesus, Filho de Deus, manifestou o Seu amor dando a vida por nós, assim ninguém dá maior prova de amor do que aquele que oferece a própria vida por Ele e por seus irmãos (cfr. 1 Jo. 3,16; Jo. 15,13). Desde os primeiros tempos, e sempre assim continuará a suceder, alguns cristãos foram chamados a dar este máximo testemunho de amor diante de todos, e especialmente perante os perseguidores. Por esta razão, o martírio, pelo qual o discípulo se torna semelhante ao mestre, que livremente aceitou a morte para salvação do mundo, e a Ele se conforma no derramamento do sangue, é considerado pela Igreja como um dom insigne e prova suprema de amor. E embora seja concedido a poucos, todos, porém, devem estar dispostos a confessar a Cristo diante dos homens e a segui-l'O no caminho da cruz em meio das perseguições que nunca faltarão à Igreja.

A santidade da Igreja é também especialmente favorecida pelos múltiplos conselhos que o Senhor propõe no Evangelho aos Seus discípulos (132). Entre eles sobressai o de, com o coração mais facilmente indiviso (cfr. 1 Cor. 7, 32-34), se consagrarem só a Deus, na virgindade ou no celibato, dom da graça divina que o Pai concede a alguns (cfr. Mt. 19,11; 1 Cor. 7,7) (133). Esta continência perfeita, abraçada pelo reino dos céus, foi sempre tida em grande estima pela Igreja, como sinal e incentivo do amor e ainda como fonte privilegiada de fecundidade espiritual no mundo.

A Igreja recorda-se também da recomendação com que o Apóstolo, incitando os fiéis à caridade, os exorta a ter sentimentos semelhantes aos de Jesus Cristo, o qual «Se despojou a Si próprio, tomando a condição de escravo... feito obediente até à morte (Fl. 2, 7-8) e, «sendo rico, por nós Se fez pobre» (2 Cor. 8,9). Sendo necessário que sempre e em todo o tempo os discípulos imitem esta caridade e humildade de Cristo, e delas dêem testemunho, a mãe Igreja alegra-se de encontrar no seu seio muitos homens e mulheres que seguem mais de perto o abatimento do Salvador e mais claramente o manifestam, abraçando a pobreza na liberdade dos filhos de Deus e renunciando às próprias vontades: em matéria de perfeição, sujeitam-se, por amor de Deus, ao homem, para além do que é de obrigação, a fim de mais plenamente se conformarem a Cristo obediente (134).

Todos os cristãos são, pois, chamados e obrigados a tender à santidade e perfeição do próprio estado. Procurem, por isso, ordenar retamente os próprios afetos, para não serem impedidos de avançar na perfeição da caridade pelo uso das coisas terrenas e pelo apego às riquezas, em oposição ao espírito da pobreza evangélica, segundo o conselho do Apóstolo: os que usam no mundo, façam-no como se dele não usassem, pois é transitório o cenário deste mundo (1 Cor. 7,31 gr.) (135).
*******

A Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, tem a intenção de “oferecer a seus fiéis e a todo mundo um ensinamento mais preciso sobre sua natureza e sua missão universal” – (Concílio Vaticano II - Constituição Dogmática Lumen Gentiun).