CAMINHO

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FÉ - ESPERANÇA - PAZ - AMOR

sexta-feira, 1 de abril de 2011

DESERTO - encontro desafiador - II

DESERTO - encontro desafiador - II
O sublime encontro no deserto
Pe. Inácio José do Vale,
Professor de História da Igreja - Faculdade de Teologia de Volta Redonda

“Para alguém poder receber e conservar as inspirações de Deus
 tem que apreciar a solidão, o sossego, o silêncio interior e exterior,
 caso contrário,ou não vai recebê-las,
 ou elas, recebidas, vão se enfraquecer e se dissipar”. 
São Gaspar Bertorni - Fundador dos estigmatinos

Em várias tradições religiosas e filosóficas o deserto é o lugar de purificação, decisão, mudanças, abissais meditações e renascimento de uma nova vida.
As condições ambientais de despojamento, próprias do deserto, são favoráveis as profundas reflexões do interior. Assim, a viagem da alma é levada ao imensurável. Esta é a experiência autotranscendental.
A vida dos grandes homens foram impactadas no encontro com Deus no deserto: Moisés (Ex 3,1-6); Davi (1Sm 24,1; Sl 55,7); Elias (1 Rs 19, 8-14); João Batista (Lc 1, 80; 3,2); Paulo (Gl 1, 15-21). O deserto é o lugar sublime do encontro do “eu” frágil, finito e pecador com o Senhor Deus Santo, Eterno e Todo-Poderoso.
Essa é a verdadeira prova que o deserto propício à revelação das nossas incompatibilidades. Todo o nosso ser é descoberto, desnudado e nada pode ser escondido ou negado. “Aqui estão às tentações do deserto: “Eu”, as minhas misérias e os anjos” (Ex 23,20; Dt 8,2.3; Mt 4,11).

A exortação é muito forte no deserto. Somos agraciados com a humilhação, perdão, reconciliação e comunhão com Deus.
O grande místico São João da Cruz dizia: “Que quanto mais perto de Deus chega à alma, tanto mais consciência terá de sua imperfeição”. No deserto só há uma lugar para ficar perto: de Deus.

SOLIDÃO E SILÊNCIO

O mundo não sabe da solidão e do silêncio. O silêncio desconstrói o mito dialogal humano. O ser humano não é apenas extroversão, comunicação e conexão. Ele é também silêncio, incomunicabilidade e mistério.
Silêncio e solidão nada têm a ver com o quadro psicopatológico. Fuga, paliativo, placebo e panacéia estão desconectados com a realidade do nosso silêncio e recolhimento.
Isolamento por desacertos psicológicos não pode ser tomando como caminho espiritual do silêncio sagrado e fecundo, porque o contexto da solidão está bem acompanhada: da consciência do “eu”, dos santos, dos anjos e da Santíssima Trindade. O solitário e o individualista materialista estão sempre sozinhos e infelizes.
O silêncio e a solidão aqui tratados são na dimensão mística – contemplativa. Caminhamos com ascese e a hesychia (palavra grega para a oração do coração, significando quietude e silêncio).
O exercício do bendito silêncio leva o fim do estiolamento da mente e a limpeza da alma tisnada.
A alma deseja profundamente o mistério, o silêncio para ter mais intimidade com Deus. É por demais dialogante o silêncio da alma.
A belíssima e a grande Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: “Muitas vezes apenas um silêncio sem palavras expressa a minha oração. Deus a compreende”.

Nas OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA Frei Ignácio Larrañaga ensina-nos como aumentar nossa intimidade com Deus no silêncio, na solidão do deserto. Percorremos por uma maneira prática e objetiva os ensinamentos, onde a participação e a vivência nos levam à paz interior numa transformação de vida pelo amor e o perdão.


http://www.tovpil.org/

DESERTO - encontro desafiador -I

DESERTO - encontro desafiador - I

A importância do deserto

“Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto” (Mt 4,1).
Pe. Inácio José do Vale,
Professor de História da Igreja - Faculdade de Teologia de Volta Redonda

Na completa desolação do deserto físico é possível: ver as coisas claramente, sem as distrações do mundo;
Viver na simplicidade, valorizando apenas as necessidades básicas para sobrevivência; discernir o que realmente importa para a vida (1Jo 2,16), como, por exemplo, que um copo de água é mais importante que um diamante.
Entretanto, como não moramos no deserto, nós precisamos chegar às mesmas conclusões citadas acima, mesmo vivendo em meio às distrações do mundo. E a Quaresma é o tempo ideal para deixarmos o Espírito Santo nos conduzir ao nosso deserto espiritual e nos falar ao coração9 (Os 2,16). Alguns, talvez, tenham dificuldade para ver a semelhança entre o deserto espiritual e o deserto físico, mas ela existe, de fato, pois tanto em um como em outro:
As tentações estão presentes, e podemos reconhecê-las claramente;
A tudo o que parece ser importante para o mundo, como bens matérias e prestígios, nada valem;
Tudo o que é desvalorizado pela sociedade secular, como, por exemplo, a Palavra de Deus, a oração, o jejum e o silêncio possuem um imenso valor espiritual;
Somente a proteção de Deus e o que Ele nos provê são importantes; e as conseqüências de nossa desobediência a Suas orientações nos serão fatais.
Na Sagrada Escritura, o deserto tem grande significado, pois ele é tido como um lugar de amor (Jr 2,2), para onde o Senhor nos atrai (Os 2,16) e derrama sobre nossos corações, através do Espírito Santo, todo Seu amor (Rm 5,5). É no deserto que nós, como os israelitas, somos alimentados apenas pelo maná do Senhor (Ex 16,35) e nos regozijamos plenamente (Is 35,1). Por isso, é importante refletirmos sobre o deserto; em especial sobre o nosso deserto espiritual, pois é nele que preparamos “um caminho para o Senhor” (Is 40,3).

Nas OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA Frei Ignácio Larrañaga ensina-nos como aumentar nossa intimidade com Deus no silêncio, na solidão do deserto. Percorremos por uma maneira prática e objetiva os ensinamentos, onde a participação e a vivência nos levam à paz interior numa transformação de vida pelo amor e o perdão.


http://www.tovpil.org/